sábado, 14 de fevereiro de 2009

AMEAÇAS ASSOCIADAS COM ATIVIDADES HUMANAS


Tartaruga Marinha morta por frasco de Shampoo do Clube Mediterraneé.


Aumento da presença humana:
Isto pode causar a interrupção da fêmea desovante, em qualquer estágio do processo de desova. Estes distúrbios na praia podem fazer com que a fêmea abandone esta praia, atrase a postura dos ovos e selecione uma praia ruim para a desova. Há também o risco de atropelamento, tanto de filhotes quanto das fêmeas, por veiculos.

Caça e coleta de ovos:
Antigamente era comum matar as tartarugas marinhas para se consumir a carne e usar o casco para fazer armações de óculos, pentes e enfeites. Geralmente elas eram apanhadas quando subiam à praia para desovar. Os ovos eram retirados para alimentação da comunidade de pescadores. Hoje a caça e a coleta de ovos estão proibidos por lei.

Colisão com barcos:
Locais onde há altas taxas destas colisões estão concentradas onde há grande tráfego de embarcações recreativas.
Erosão e acresção da praia: A interferência humana nos processos de erosão e acresção através do desenvolvimento costeiro e atividades associadas resulta na aceleração da taxa de erosão. Acresção (deposição de sedimentos de praia) também matam os ovos nos ninhos.

Iluminação artificial:
Luzes artificiais de prédios, veículos, ruas e outros podem causar a desorientação dos filhotes de tartarugas, pois estes se guiam pela claridade para chegar até o mar. O resultado disso é geralmente fatal, fazendo com que os filhotes andem para o lado oposto do mar.

Poluição:
A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos interfere na locomoção e alimentação e prejudica o ciclo de vida desses animais.

Redes de pesca:
A pesca às tartarugas marinhas é proibida por lei federal, mas freqüentemente elas se emalham acidentalmente nos diversos tipos de artes de pesca, e sem conseguir respirar, acabam desmaiando. Os pescadores achavam que já estivessem mortas e jogavam-nas de volta para a água, provocando assim sua morte por afogamento. Com o trabalho do Projeto TAMAR estes pescadores aprenderam a reanimar as tartarugas.

Para reanimar uma tartaruga marinha desmaiada, é preciso colocá-la de barriga para cima com a cabeça ligeiramente mais baixa que o resto do corpo e massagear o ventre, para a retirada de água dos pulmões. Depois deve-se colocar a tartaruga na sombra até que ela comece a bater as nadadeiras sobre o peito. Quando isso ocorrer, está pronta para voltar ao mar.


Sombreamento:
Construções altas no litoral podem aumentar o sombreamento das praias, diminuindo assim a temperatura média da areia e provocando um aumento no número de filhotes macho. Pode causar um desequilíbrio ecológico.

Fonte: (Projeto TAMAR - Projeto Tartarugas Marinhas e IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Gente, por favor entrem nesse site e assistam o vídeo... Precisamos ter consciência da realidade e da crueldade a que esses animais são submetidos por causa de dinheiro e vaidade... É desumano, cruel e totalmente "irracional"...

http://www.peta.org/feat/chineseFurFarms/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Inteligência animal

Na floresta Kibale, em Uganda, uma família de chimpanzés se alimenta no alto de uma figueira. Ao terminar a refeição, mãe e dois filhos pulam para outra árvore. Mas falta coragem à filhote caçula, que fica onde está. Paralisada, ela começa a gritar. Para ajudá-la, a mãe se aproxima da cria e balança a figueira para os lados, até aproximá-la da árvore vizinha. Ela então agarra um ramo e com o corpo forma uma ponte natural por onde a macaquinha atravessa sã e salva.
A cena foi presenciada em 1987 pelo psicólogo Marc Hauser, da Universidade Harvard, que ficou maravilhado. Teria sido intencional? Será que a mãe visualizou a imagem de seu corpo formando a ponte? Ou será que só estava tentando ensinar a filhote a saltar, e ela espertamente aproveitou a chance?

Em seu livro Wild Minds ("Mentes Selvagens", sem tradução para o português), Marc Hauser propõe que vários aspectos da nossa cognição são encontrados nos outros animais. É o que ele chama de "kit de ferramentas", um conjunto de habilidades como reconhecer a função de um objeto, ter noção de quantidade e de direção. A partir daí, os animais evoluíram de acordo com suas necessidades. "Cada espécie é ‘esperta’ à sua maneira, porque evoluiu respondendo a pressões diferentes. Não podemos compará-las", diz o pesquisador Eduardo Ottoni, da USP. A maioria é, de modo geral, equipada com mecanismos de aprendizado que podem ocorrer por dedução ou tentativa e erro e se espalhar por imitação ou pelo ensinamento entre indivíduos. Mas para alguns animais foi mais vantajoso manter-se baseado apenas no instinto. Outros tiveram de aprimorar o kit diante de dificuldades, modificar seu comportamento e transmiti-lo para as próximas gerações.

Memória
Quando o estúdio Pixar colocou no filme Procurando Nemo uma peixinha que esquecia tudo em poucos segundos, estava brincando com uma idéia que por muito tempo existiu na comunidade científica: peixes teriam memória de apenas três segundos. Estudos recentes mostram que isso é balela. Esses animais são capazes de lembrar e ainda guardam as informações a longo prazo. Foi o que comprovou o pesquisador Culum Brown. Ele prendeu um grupo de peixes arco-íris australianos num tanque e os treinou para encontrar uma saída. Após cinco tentativas, todos conseguiam achá-la. Onze meses depois, o pesquisador refez o teste. Dessa vez, os peixes localizaram a saída na primeira tentativa.
Graças à memória, peixes também reconhecem outros indivíduos. Ao presenciar uma luta, o animal não apenas retém informações, como cria um ranking de lutadores. No futuro, ele evitará brigas com os fortões. Cardumes também são capazes de aprender e memorizar a se desvencilhar de redes ou então viajar em formações que os protegem de predadores.

Cultura
Imo é uma macaquinha especial. Sozinha, ela criou comportamentos que mudaram o estilo de vida de uma espécie japonesa (Macaca fuscata) da ilha de Koshima. No começo da década de 50, pesquisadores perceberam que ela, por alguma razão, passou a lavar a batata-doce antes de levá-la à boca. Até então, os animais simplesmente enfiavam o alimento na boca com terra e tudo. Gradualmente o comportamento se espalhou na comunidade. Após algum tempo, vários dos filhotes já repetiam a técnica, visível hoje entre quase toda a população da ilha de Koshima.
Imo, que em japonês quer dizer batata-doce, não parou por aí. Alguns anos depois ela arrumou um jeito de peneirar o trigo que era espalhado na areia pelos pesquisadores que observavam o grupo. Inicialmente os macacos pegavam os grãos um a um, e demoravam um tempão. Mas um dia Imo teve a brilhante idéia de pegar um punhado de trigo e areia e levar até a água. A vantagem da técnica foi clara: a água facilmente separava os grãos da areia, e ela pôde comer tranqüilamente. Assim como as batatas, a lavagem do trigo não demorou para se espalhar pelo grupo.
Lavar batatas não é como escrever livros ou cantar ópera. Mas o que Imo fez – desenvolver um novo comportamento e depois repassá-lo aos seus semelhantes – é algo que pesquisadores nem cogitavam ser possível duas décadas atrás. Ela transmitiu cultura.
Outro exemplo bacana é um caso curioso observado entre baleias-jubartes da costa australiana, espécie em que os machos emitem um som musical provavelmente para atrair as fêmeas. Uma verdadeira revolução cultural teve lugar por lá quando, em 1987, um grupo de cantores do Pacífico Sul abandonou totalmente sua melodia para adotar a de colegas do oceano Índico. A mudança ocorreu após um perído de convivência entre os dois bandos. Aparentemente, alguns "menestréis" que viviam na região do Pacífico se deram conta de que os colegas do Índico faziam mais sucesso com as meninas. E tudo isso graças ao canto deles. A solução foi mudar a música para não ficar no atraso com a baleiada.

Planejar estratégias
Chimpanzés que habitam a floresta Taï, na Costa do Marfim, usam um sistema de caça que se assemelha à tática de um time de futebol quando querem capturar sua refeição favorita, o macaco-colobo-vermelho. Como a presa é menor, mais rápida e pode se refugiar em locais inacessíveis aos chimpanzés, os primatas desenvolveram um modo de agir em equipe para conseguir encurralá-lo.
Para isso, dividem-se em pelo menos quatro funções: o condutor, que persegue a vítima, direcionando seu caminho; o bloqueador, que sobe nas árvores para fechar as opções de fuga; o perseguidor, que seleciona o alvo e tenta a captura em movimentos rápidos; e o responsável pela emboscada, cuja missão é prever o trajeto do colobo e bloquear suas rotas. Esse último é uma espécie de centroavante do time, que se antecipa ao adversário para finalizar a jogada.
O "centroavante" é sempre um animal com mais experiência – o domínio da arte da caça leva cerca de 20 anos. Quanto mais velho, mais o chimpanzé é capaz de fazer antecipações e de menos movimentos ele precisa para atingir seu objetivo. Futebolisticamente falando, ele é uma espécie de Romário. Toca pouco na bola, mas quando o faz, quase sempre está bem colocado e marca o gol.
Também as guerras entre esses animais possuem táticas avançadas. Chimpanzés são capazes de variar estratégias de acordo com o adversário e o time à disposição para a partida. Quanto menor o exército, mais defensiva será a tática. Mas, se o bando for numeroso, a opção é fazer um ataque frontal e impactante. Também há operações em que fêmeas, jovens e idosos ficam na retaguarda, batucando e gritando, para criar a impressão de que a tropa de machos é mais numerosa. E, se as forças são iguais, geralmente um lado faz o movimento e aguarda a resposta do rival. Nesse caso, grupos de chimpanzés invadem o território inimigo para espalhar o terror e assustar rivais que perambulam desacompanhados. Em algumas ocasiões esse tipo de comando foi visto aprisionando e torturando fêmeas isoladas.
Os cientistas se surpreenderam com os corvos da Nova Caledônia, na Oceania, que se mostraram capazes de manipular pequenos ramos para pegar insetos em buracos estreitos. O desempenho desses animais na natureza já era considerado incrível por conta da utilização de ferramentas naturais para se alimentar. Mas o que fez a fama deles foi um teste de laboratório na Universidade de Oxford em 2002. Enquanto estudava alguns corvos, o pesquisador Alex Kacelnik flagrou a fêmea Betty criando uma ferramenta. Com o intuito de comer um pedaço de alimento colocado no fundo de um tubo de ensaio, ela transformou em gancho um arame que estava por perto. O feito ganhou destaque porque levantou a suspeita de que talvez Betty compreendesse a conseqüência do ato. "Convivemos nesse planeta com animais pensantes", diz Marc Hauser. "Cada espécie, com sua mente única, favorecida pela natureza e moldada pela evolução, é capaz de enfrentar os mais fundamentais desafios que o mundo apresenta. Apesar de a mente humana deixar uma marca característica no planeta, nós certamente não estamos sozinhos nesse processo", afirma ele. A natureza pode ser mais sábia do que parece.
Curiosidades...

Tudo por um tubarão
Se você acha que existem poucos homens por aí, pense nos tubarões fêmeas. Uma delas, rastreada por satélite, nadou 20 mil quilômetros, da África do Sul à Austrália, ao longo de 9 meses. A comida era abundante no ponto de onde saiu, o que faz da busca por parceiro a única explicação.

“É ... acho que a coisa tá bem parecida por aqui... rs”.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Fim dos Oceanos

Você nunca brincou de colocar uma concha no ouvido e ficar curtindo o barulho do mar, as ondas, a calmaria? Hoje seria bem mais realista colocar seu iPod no ouvido – e no volume máximo. Isso, sim, se aproxima do som que o oceano produz pra boa parte das criaturas que vivem dentro deles. Um navio de carga emite, pelo estouro das bolhas que seus propulsores criam na água, ruídos de 150 a 195 decibéis. É mais do que uma britadeira (120 decibéis) ou um iPod no talo (114 decibéis). Imagine então o barulho produzido por 100 mil cargueiros que cruzam os mares durante o ano inteiro!
Qual o problema disso? É que os animais marinhos usam a audição para quase tudo – para encontrar o lugar de procriação, o parceio sexual, a comida. E o mar virou uma linha cruzada dos diabos. Cientistas concluíram que a baleia-azul está ficando surda – escuta a distâncias até 90% menores do que antes. Já a orca está precisando gritar – produzir cantos mais longos para se fazer ouvir. Outras baleias aparecem mortas mas praias após testes militares com sonares caça-submarinos – seus 235 decibéis causam hemorragia nos ouvidos e nos olhos dos animais.
Os oceanos são 70% da superfície do planeta. Em volume, representam muito mais que isso. E sempre o vimos como uma vastidão infinita e onipotente. Mas não poderíamos estar mais enganados. Segunda a ONU, os mares estão em ruínas porque pescamos demais, produzimos lixo, gases do efeito estufa e esgoto demais e bagunçamos os ecossistemas. Pior: nem fazemos idéia do que está acontecendo lá embaixo em consequência disso. Ultimamente, aprendemos a pensar que o oceano está transbordando de tanta água. Mas está acontecendo o contrário: ele está esvaziando, perdendo vida.